sábado, 12 de março de 2011

Entre o julgamento eo amor.



Já assumo de cara antes que me julguem, se para pensar em Deus, e falar dele fora da caixa institucional que roubou o nome da igreja, e fora dos dogmas medievais, se isso é ser herege, enfim a carapuça serve mesmo, e visto com orgulho.

Pois é, na mpb Brasileira Renato Russo ousou a cantar um trecho de I Cor 13,1, que fala sobre o amor, é impossível falar de amor e não citar as frases de Paulo, as reproduzirei então.


4 O amor é sofredor, é benigno; o amor näo é invejoso; o amor näo trata com leviandade, näo se ensoberbece.

5 Näo se porta com indecência, näo busca os seus interesses, näo se irrita, näo suspeita mal;

5 Näo folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

7- Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O texto de Paulo é lindo e perfeito, Paulo tenta com excelência expressar o amor, que no original e o ágape, expressão grega para falar do amor de Deus para com os homens, o amor incondicional, o perfeito amor, quero lembrar que não sou biblista cabe ao meu amigo e Professor Anderson Lima que é um ótimo exegeta, cabe a ele tal papel. (www.compartilhandonoblog.blogspot.com)

Enfim Paulo da algumas demonstrações de como o amor se porta perante a vida, no verso 4, Paulo vai começar a citar as qualidades do amor, como ele está falando do amor ágape, o amor de Deus para com os homens que o experimenta e o assume como regra principal de fé, se não assume ao menos deveria.

Mas algumas coisas não se encaixam, principalmente na literatura bíblica neotestamentária, a imagem de um Deus juiz é clara na mente de muita gente, e na mente de alguns escritores biblicos.

Com tanta barbárie comendo solta pelo Império Romano na igreja primitiva, alguem tem que pagar pelas atrocidades cometidas, alguem tem que ser julgado e condenado.

Cristãos ou não, muitos acreditam que existirá um grande julgamento.

Do grande julgamento, lembro-me de um folheto tipo gibizinho que li quando adolescente, de um cara que morreu e estava sendo julgado e condenado.

Para muitos justiça, julgamento esta bem claro como no gibi, o infrator tem que ser condenado, se não, não houve justiça.

Embora Paulo e João possuísem teologias um pouco distintas, em João 8, na apresentação da mulher adúltera, no verso 15 o autor diz que Jesus a ninguém julga, e se julga não julga só, mas julga junto com o Pai, penso eu impossível um pessoa só poder julgar alguém naquela época, Jesus pra mim está se auto defendendo, mais a analise não é essa.

Colocando a cabeça um pouco pra pensar, e fora da caixa dogmatica da condenação eterna para o inferno pela igreja, não consigo imaginar o Deus apresentado por Jesus julgando e mandando pessoas pro inferno.

Amor e julgamento são palavras e expressões que não se misturam, são como água e óleo, é impossível colocá-las juntas.

Quando Jesus julga a mulher adúltera, ele não a julga mais a absolve.

Seria Deus incapaz de julgar, por amar tanto?

Pra mim ou Deus ama e não julga, ou julga e não ama.

Paulo pisou na bola, deveria ter escrito:

--Quem ama não julga.

Quem sofre por amar tanto não julga, quem é bom por amar tanto não julga, quem não suspeita mal por amar tanto não julga, quem tudo sofre, tudo crê, tudo pode e tudo suporta pelo amor, não pode julgar, seria incoerente de mais amar tanto e julgar.

Por que Deus é perfeito, diante dele todos tem culpa, se Deus julgar segundo nosso senço de justiça, Deus no dia do julgamento tem que condenar todo mundo, todos sem exeção, pelas obras ninguem pode ser salvo.

E Deus não é incoerente, Deus é amor.

O difícil de pensar nisso, é que não conseguimos pensar na justiça de Deus em outro parâmetro, ao pensar na justiça de Deus no julgamento de Deus, partimos do nosso consenso de justiça, que não é o de Deus, como expressou Jesus.

Se Deus verdadeiramente é amor, seu julgamento e sua justiça tem que partir do amor, e quem ama não pode julgar.

Por que quem julga, não pode ter sentimenmtos influenciando sua decisão, quem julga deve colocar toda parcialidade de lado, ser frio para com os fatos e acontecimentos do reú, e na hora de julgar Deus não pode colocar o amor de lado, o amor não é um atributo de Deus que ele possa colocar de lado para julgar, Deus é amor.

Na teologia Judaica Cristã da expiação dos pecados pela Cruz de Jesus, pra não julgar e condenar ele vem até nos e morre, expressão de amor, para não condenar e libertar a humanidade.

Fica a pergunta, si?

Si?

Si?

Jesus morreu na cruz para a graça de Deus nos alcançar, sermos salvo, não salvou? E uma obra incompleta?

Não, definitivamente não, a cruz é uma obra completa, era salvar e salvou, todos, se existia uma necessidade futura de julgar, Deus primeiro antes de julgar amou e absolveu.


Mas creio sim que Deus tem uma forma especial de julgar as coisas, e essa forma de julgar, é amando, amando e absolvendo.

Não existe uma forma mágica que Deus usará para julgar, Deus apenas ama e pronto.

Antes de julgar e condenar, Deus começa amando e absolvendo.

Keiker Olivira, Graça e Paz.